AUTOCUIDADO E COMPORTAMENTO FORA DA CAIXINHA
Nenhuma emoção é exclusivamente Ppositiva ou negativa, mas é preciso transformar algumas em aprendizados.....
Veremos a seguir com a psicóloga Adriana de Araújo o quanto muitos fatores influenciam na forma em que nossas
emoções ecoam dentro de nós.
Se somos mais sensíveis, ou pensamos demais sobre
as coisas, a tendência é que alguns nos pensamentos e até sentimentos nos impactem intensamente.
Tão importante
quanto nos permitir senti-los, é refletir sobre eles, e saber em que momento
devemos e podemos controlá-los.
Sensações como a tristeza e o estresse são
importantes sinalizadores de que devemos prestar mais atenção em nossa rotina,
quebrar alguns ciclos e alterar a forma que estamos vivendo.
Porém, óbvio, se em excesso alguns sentimentos nos sufocam, tornando a nossa visão de mundo monocromática, desembocando até no surgimento de alguns distúrbios emocionais.
Por isso, separamos nove sentimentos muito comuns,
que não devem passar despercebidos. Reflita sobre eles, e quando estiverem
muito fortes, saiba quando procurar ajuda.
1. Ansiedade
É muito comum criamos expectativas e tentarmos
antecipar o que acontecerá no futuro. É uma característica normal e, em
pequenos níveis, não nos causa mal. Entretanto, quando sofremos pelas
possibilidades da vida, e até paralisamos nossa rotina para evitar frustrações,
está na hora de refletir sobre a ansiedade.
Para identificar quando o sentimento está se
tornando um problema, é possível prestar atenção em alguns sintomas físicos e
emocionais.
Veja alguns deles:
Sensação de que algo ruim vai acontecer
Medo constante
Preocupação exagerada em comparação à realidade
Tensão muscular
Respiração ofegante ou falta de ar
Dor ou aperto no peito, seguido de aumento das
batidas do coração.
Confira outros sinais de ansiedade. E caso você
esteja sofrendo, está na hora de buscar ajuda. Porque estar ansioso é uma
sensação paralisante, mas há formas de combater o sentimento. E em pequenas
doses, pode ser até animador esperar pelo que está por vir.
Mas não devemos focar nossa atenção em prever
fatalidades ou incidentes. Estar focado no presente é a melhor ferramenta para
estarmos preparados para lidar com o cotidiano.
2. Decepção
Quando criamos expectativas e elas não correspondem
à realidade, nos sentimos decepcionados. De acordo com a psicóloga Andressa
Guerreiro, o início de novas etapas geram expectativas automáticas. "Não
importa se for uma amizade, um relacionamento amoroso ou um emprego",
afirma a especialista.
Entretanto, por mais que sofrer frustrações seja
natural, é importante atentar-se a forma em que estamos lidando com elas.
Segundo Andressa, é necessário nutrir nossa autoestima para não nos definirmos
pelos erros. Caso contrário, podemos desenvolver uma personalidade pessimista,
o que pode ocasionar distúrbios emocionais como a ansiedade e depressão.
Quando conseguimos tirar aprendizados das decepções
e equilibrar nossas expectativas para situações semelhantes no futuro, estamos
lidando com o problema de forma saudável. Mas a partir do momento em que
perdemos a vontade de viver por medo de sentirmos frustração, está na hora de
redefinir nossos pensamentos.
Enxergue a decepção como uma oportunidade para
questionar a si mesmo. "Perguntas como 'Será que coloquei muitas
expectativas no outro e esqueci de cuidar de mim?' são válidas e nos ajudam a
elaborar o sentimento", explica Andressa.
3. Solidão
Todos nós já nos sentimos sozinhos em algum momento.
E não precisamos estar sem companhia para sentir esse vazio. Muitas pessoas
podem estar em um lugar repleto de indivíduos e, mesmo assim, acreditarem que
não pertencem àquela realidade.
Muito mais do que não ter alguém por perto, a
solidão é um sentimento complexo, que envolve medos e vazios existenciais. Mas
é possível aproveitar o sentimento para buscar crescimento pessoal, e cultivar
a solitude.
De acordo com a psicóloga Lia Clerot, estar sozinho
pode ser um momento para cultivar a particularidade, e pensar no que queremos
desenvolver em nós mesmos. "Quando não associada à tristeza, a solidão
pode ser um momento para refletir, cuidar de si e da mente. É importante estar
só", afirma a especialista. O contrário disso, deve ser observado com cuidado.
4. Estresse
Todas mudanças e imprevistos geram um estresse
automático. O sentimento é um "mal necessário", já que precisamos
dele para nos mover, e tomar decisões que movam as engrenagens da vida.
Entretanto, em níveis elevados, o estresse desperta
diversas emoções prejudiciais, como a irritabilidade, preocupação e frustração.
Quando o sentimento permanece por muito tempo, ele começa a provocar sintomas
físicos e emocionais, como:
Ritmo cardíaco acelerado
Respiração acelerada
Sudorese
Tremores
Boca seca
Dificuldade para dormir
Queda de cabelo.
Confira outros sintomas de estresse e formas de
reduzi-lo. As causas são variadas, mas até mesmo eventos simples, quando
tornam-se repetitivos, podem agravar a situação e afetar nosso emocional.
É importante buscar ajuda a partir do momento em que
quaisquer tarefas nos colocam em nosso limite. Quando não conseguimos nos
adaptar a situações, podemos desenvolver quadros como a síndrome do burnout e
até mesmo depressão.
5. Tristeza
Muitos de nós confundem a tristeza com a depressão.
Por mais que elas reproduzam sintomas semelhantes dentro de nós, a intensidade
deles é bem diferente em cada um dos casos.
Segundo a psicóloga Priscila Gasparini, a tristeza
não dura mais do que quinze a vinte dias, e pode ser desencadeada por um evento
específico que tenha nos frustrado. Quando se trata de um quadro de depressão,
permanecemos angustiados por muito tempo.
Sintomas como apatia, pouca motivação, sensação de
vazio e falta de vontade em fazer atividades antes prazerosas começam a surgir,
e a qualidade de vida diminui drasticamente.
A tristeza, assim como outros sentimentos negativos,
é um bom sinalizador de que está na hora de olhar para dentro de si e mudar
alguns aspectos de nossa vida. Porém, não é saudável que nós nos percamos na
melancolia.
Reprimir os sentimentos pode desenvolver questões
ainda maiores dentro de nós, portanto, aceite que nem sempre tudo estará bem.
Mas caso você perca as esperanças de melhorar, é imprescindível buscar ajuda
profissional e ter pessoas queridas por perto, que possam nos motivar a
melhorar.
6. Ciúmes
O ciúmes é uma reação psicológica de defesa, que
normalmente é ativada quando sentimos que iremos perder algo ou alguém por um
fator externo. É mais comum que sintamos ao estarmos em um relacionamento
amoroso. E apesar de tomarmos medidas práticas para eliminar a sensação, é
necessário refletir sobre o que causou o sentimento.
A autoimagem e nosso senso de autoestima está
intimamente ligado com a forma em que o ciúmes reverbera dentro de nosso
interior. De acordo com a psicóloga Adriana de Araújo, sentir que somos
"donos" de alguém pode significar que não encontramos prazer em nossa
própria companhia.
A ansiedade ou a antecipação de eventos futuros
também pode aumentar nossos níveis de paranoia. Por mais que muitas vezes
consigamos superar o ciúmes, é necessário estar atento ao momento de buscar
ajuda.
Se estivermos passando por momentos de angústia
constantes e reduzindo o bem-estar do próximo, é um sinal de que devemos
investigar o que está causando isso. Segundo Milena Lhano, ciúmes não é
sinônimo de amor.
Quando amamos, nutrimos bons sentimentos na relação
e ela se torna uma fonte de felicidade. Por sua vez, o medo de perder alguém,
seguido de atitudes possessivas para segurar o relacionamento, apenas nos avisa
que a insegurança, desconfiança e expectativa irreais estão dominando nossa
realidade.
7. Raiva
Intimamente ligada à decepção, a raiva é o resultado
de uma expectativa não correspondida, ou de um imprevisto prejudicial à nossa
rotina. Alguns respondem a eventos desconfortáveis com a tristeza, e outros,
com a ira.
Para Adriana de Araújo, o sentimento da raiva tem
potencial destrutivo para nós mesmos e às pessoas a nossa volta. Quando
recorrente, pode indicar que talvez não tenhamos encontrado uma forma
equilibrada de lidar com nossas emoções, já que podemos ser impulsivos e até
agressivos quando estamos enfurecidos.
Entretanto, Adriana esclarece que é possível
canalizar a energia da raiva para encontrarmos novos modos de agir. Uma
ferramenta útil para alcançar este objetivo pode ser o autoconhecimento. Quando
entendemos nossa personalidade, somos capazes de notar quais situações podem
ser gatilhos para nos deixar mal, e então, optar por caminhos alternativos.
Confira como aumentar o autoconhecimento e quais os
benefícios da prática.
8. Inveja
É difícil admitir que possamos sentir inveja.
Entretanto, não devemos nos sentir culpados caso isso aconteça. Este sentimento
surge quando nos comparamos exageradamente com os outros e nos frustramos por
não viver a realidade deles.
Muitos traços de nossa personalidade podem facilitar
o surgimento desse incômodo, e é necessário olhar para dentro de si e descobrir
como iremos lidar com isso. Adriana de Araújo indica que podemos criar metas e
planejamentos para alcançar o sucesso que tanto desejamos ao sentirmos inveja.
Quando canalizada de maneira construtiva, o
sentimento pode nos inspirar a buscar crescimento pessoal. Mas é extremamente
importante que nós tenhamos noção de que cada um possui sua própria essência, e
portanto, o caminho para a autorrealização nunca será o mesmo para todos.
A inveja torna-se destrutiva quando pausamos nossa
vida e sofremos por não ter o que é do próximo. "Quando isso acontece, não
conseguimos aproveitar o que temos, apreciar as coisas boas que conquistamos.
Esse mal-estar pode até mesmo levar a uma baixa autoestima", esclarece
Adriana.
9. Medo
O medo é um mecanismo de defesa importante para o
ser humano. Não é recomendado que não o sintamos, pois sua função é nos
resguardar de situações perigosas. Por exemplo, quando precisamos enfrentar um
evento estressante, o cérebro libera mais substâncias, o coração bombeia mais
sangue, os músculos ficam enrijecidos e a força física aumenta
substancialmente.
Porém, a partir do momento que ficamos paralisados e
evitamos quaisquer situações que ofereçam riscos, devemos nos atentar. De
acordo com o psicólogo Jair Kappann, o sentimento está relacionado à ansiedade
gerada pela antecipação mental, podendo se transformar em uma doença: a fobia.
É importante entender as causas e formas de reduzir os
sintomas. Um bom sinal de que está na hora de buscar ajuda, é estarmos sentindo
muito desconforto ou tendo problemas na vida pessoal e profissional.
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