COMUNICAÇÃO ASSERTIVA NAS REDES SOCIAIS...
“Nossa alegria não está nas coisas, está em nós”. (Richard Wagner).
Podemos dizer nesse instante que a nossa imagem nas redes sociais é a nossa verdadeira face?
Estamos nós mesmos co controle de nossas ações? A sensação de ser alguém e de estar feliz com isso está em nossas mãos?
Vou contar um segredo: não podemos deixar que ela caia nas mãos da opinião alheia e dependa da admiração dos demais.
E tem mais um segredo: quando formos procurar referências não devemos olhar para as redes
sociais, porque talvez você saia pior do que entrou. Um mundo onde as emoções
negativas não existem não pode ser considerado real. Vamos pensar mais sobre?
A aparência
nas redes sociais se tornou quase um estilo de vida. Inclusive, mudamos o nosso
comportamento para que os outros vejam o que estamos fazendo.
Mas o que há
por trás de tudo isso?
Será que isso tem algo a
ver com o nosso nível de autoestima?
A aparência nas redes sociais, para muitos, quiçá não chegue à maioria, se tornou quase uma obsessão. Inclusive, podemos falar que há todo um ardiloso estilo de vida em torno da forma para se mostrar acima e além dos seguidores, amigos, para likes e comentários.
Quantas
vezes tiramos uma foto só para colocá-la no nosso Instagram ou Facebook, ou
algum outro aplicativo do tipo que redunde em admiração dos nossos inscritos?
O celular virou
mais que um acessório, hoje ele é uma parte de nós. Graças a ele podemos relatar
nosso fantasioso dia a dia para que os outros nos admirem e encham as nossas
publicações deolhares invejosos, às vezes inocentemente disfarçados em likes e
comentários.
Mas, em
termos comportamentais, o que será que se esconde por trás dessa busca
incessante por atenção e admiração?
Seria uma
democratização do culto ao personalismo? Seria uma nova forma de buscar a fama?
Mesmo que sem talento e sem mérito?
Se assim é,
teria esse comportamento alguma chance de ser derivado de problemas de autoestima?
Sem dúvida,
este é um fenômeno que dá uma bela reflexão. Talvez seja bom detectá-lo com
profundidade para entender se realmente há algum tipo de carência afetiva por
trás dele. A aparência nas redes sociais se tornou um tema de debate tanto no
meio popular quanto no mundo científico.
Redes sociais e autoestima
As redes
sociais são ferramentas que podem ser muito úteis tanto na vida profissional
quanto na vida social e pessoal. Por um lado, elas servem para nos aproximar
dos amigos e nos deixar mais perto dos nossos entes queridos, podendo
compartilhar em tempo real a vida com eles.
Publicamos
alguma foto de algum momento especial, escrevemos uma reflexão e inclusive
compartilhamos uma música ou outra que gostamos, ou também podemos gerar uma
discussão saudável.
Além disso,
a mesma ferramenta também pode ser usada como meio de publicidade para pequenas
e grandes empresas, trabalhadores autônomos e projetos emergentes.
O problema começa
quando tornamos a nossa aparência nas redes sociais o centro da nossa vida,
nossa motivação principal de ser. E então não só fotografamos os lugares para
onde vamos, mas vamos a lugares especificamente para podermos fotografá-los.
Vestimos a
camisa da imagem que criamos e queremos mostrá-la ao mundo. Fazemos coisas para
que os demais vejam que estamos fazendo. Inclusive, algumas pessoas perdem a
vida caindo de lugares altos ou de edifícios na tentativa de tirar uma boa
selfie.
Interações nas redes sociais
A pergunta chave
é: O que nos leva a fazer das redes sociais um estilo de vida?
Para
responder, será importante falar um pouco sobre a autoestima. A autoestima,
segundo Massó (2013), está relacionada com o valor que achamos que temos. Ela
pode ser dividida em dois componentes:
. A consciência que temos sobre nós mesmos, ou seja,
nosso autoconceito, os traços da nossa
identidade, qualidades e características da nossa maneira de ser.
. O segundo componente é sentimental. Trata-se do apreço
e do amor que sentimos e experimentamos em relação à nossa pessoa, nossos
interesses, crenças, valores e modo de pensar.
A baixa
autoestima influencia a forma como nos relacionamos com os outros. A equipe de
López-Villaseñor (2014) assegura que as pessoas com baixa autoestima vivem as
relações sociais com ansiedade e medo de rejeição.
Desse modo,
chegamos a um ponto chave para entender o uso obsessivo das redes sociais. A
baixa autoestima e o medo de rejeição se traduzem, em muitos casos, na
necessidade imperiosa de buscar a aceitação dos demais.
A aparência nas redes sociais:
preencher um vazio interior
Desde o
surgimento da psicologia budista, a busca para preencher o vazio interior é um
assunto bastante relevante. Por nos sentirmos incompletos e frustrados, em
muitos momentos passamos a buscar a felicidade em estímulos externos.
No caso das
redes sociais, nós a buscamos em forma de atenção e reconhecimento. Dessa
forma, criamos uma falsa felicidade sustentada em opiniões externas.
Você pode
buscar no universo inteiro alguém que seja digno do seu amor e afeto, mas essa
pessoa não pode ser encontrada em qualquer lugar. Essa pessoa é você mesmo e
nós desejamos que você se encontre.
Esse tipo de
felicidade é frágil, entre outros motivos claros, é porque essa ânsia por
agradar, por idealizar-se fazendo todas as arestas da vida real parecerem
perfeitas, em muitos casos acaba tirando a identidade da pessoa.
Podemos ser
criticados ou, simplesmente, os outros podem não gostar do que estamos
oferecendo. Dessa forma, nossa autoestima será ainda mais danificada e ficará
ainda menor.
Outro fator
que influencia é a volatilidade da opinião dos outros. O que hoje nos agrada,
amanhã pode não nos agradar mais. Desse modo, se um dia temos muitos seguidores
isso não quer dizer que amanhã ainda vamos ter o mesmo número.
Sabe o que
está acontecendo? Pegamos a nossa felicidade e a entregamos de mãos beijadas aos outros. Em vez de cultivar a nossa própria
felicidade e de nos tornarmos responsáveis por ela, a entregamos para que os
outros nos façam felizes. No entanto, na verdade, a nossa felicidade depende
apenas de nós mesmos.
Moral da história: “A pior solidão é
não estar em paz consigo mesmo”. (Mark Twain).
Nem tudo que
reluz é ouro. Nem tudo que vemos nas redes sociais é reflexo da realidade. As
pessoas só mostram o que querem mostrar. A aparência nas redes sociais é
bastante relativa. Ninguém vai postar uma foto chorando ou passando mal.
Se olharmos
bem, a maioria das fotos que vemos são de viagens, festas ou eventos que supõem
uma certa relevância para cada um de nós. Olha o que ele conseguiu! Olha onde
ele foi, que legal. Olha só como ele está bem… Não podemos cair no erro de
pensar que as outras pessoas conseguem estar felizes e bem 24 horas por dia e 7
dias por semana.
Expressões de pensamentos como “Nossa, como a minha amiga está bem de vida!” ou “Gente, esse meu amigo não para de fazer coisas interessantes” são ouvidas com muita frequência. No entanto, se de fato estivéssemos presentes no dia a dia dessas pessoas, com certeza descobriríamos que não é muito diferente do nosso.
Todos têm momentos de tristeza e momentos de alegria. Isso nos indica que não devemos acreditar em tudo que vemos. Além disso, quando vemos alguém em um momento feliz, devemos ficar felizes por essa pessoa.
1 Comentários
Belo texto.
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