Há alguns papeis fundamentais para se realizar uma sessão da terapia da Constelação Familiar, entre eles nesse post vamos destacar três : o constelado, a plateia e os representantes. 

Como seriam definidos esses papeis, que contribuem convergentes cada um a seu modo durante a sessão de uma Constelação? 

E, por fim, o que seria e como seria o papel exclusivo dos representantes numa sessão de Constelação Familiar Sistêmica?

Quem é o constelado? Por que ele é o protagonista da sessão? 

Qual é a importância da plateia? Como ela consegue forneceder valor colaborativo à sessão?

Além disso, vamos descrever alguns exemplos práticos para você detectar com clareza a forma que a Constelação soluciona problemas interiores do presente e do passado, evitando problemas no futuro. Tudo isso operacionaslizado através de uma sessão ou mais de Constelação.

Já adianto como psicanalista constelador um pedido assertivo: Se você um dia for um representante, busque não ficar preso a questões racionais; saia de si mesmo e tente entender quais são as dores e as angústias do constelado e fazer bem o seu papel.

 

Quem é o constelado?


O constelado é o protagonista, o cliente, o contratante, o motivo da sessão. É uma pessoa que faz parte do relacionamento e que, via de regra, faz o papel dela mesma durante a constelação. 

É o contelador que põe o caso em voga, a pessoa que faz o relato do problema em forma de depoimento fenomenológico, ou seja a partir de como estiver se sentindo ali no momento:

 


Primeira pergunta do  terapeuta ao constelado:


Está tudo bem? Se sente confortável de estar aqui, em falar?


A resposta vem sempre de acordo com a pessoa constelada.


Terapeuta:


Qual é a sua dor ou a dor de alguém de sua família que veio tratar?

Respostas de constelados nunca são iguais.


Terceira Pergunta do Terapeuta:


Quais são os membros relevantes do sistema familiar que devem ser representados (pai, mãe, avós, irmãos etc. vivos ou mortos)?

Respostas de constelados nunca são iguais mas já se assemelham.


Quarta pergunta do Terapeuta/Constelador:


Qual a sua história com sua família e/ou qual parte da história desses  membros familiares que mais lhe chamam a atenção?


Aqui sim as respostas divergem infinitamente, mas se aproximam de qualquer uma das questões já magistralmente apresentadas por Bert Hellinger.


A partir dai é aconselhável a iniciar a sessão, entrando em cena a escolha e escalação dos representantes.



Qual o papel dos representantes numa sessão de Constelação?



Os representantes facilmente seriam confundidos com atores por estarem dando vida a um personagem por meio de interpretação improvisda apenas por brifing, se roteiro. 

Os representantes são voluntários da plateia que geralmente não fazem parte da família do constelado. Por isso, são escolhidos para fazer o papel de outros membros da constelação. Por exemplo, fazendo o papel de mãe do constelado, do pai, do sobrinho etc.

 

Se uma constelação familiar não tem plateia (por exemplo, se a constelação for individual), esse papel de representantes pode ser feito por bonecos, cadeiras, desenhos sobre um papel etc.

 


O que é a plateia?


A plateia numa sessão de Constelação é semelhante a um programa de auditório, digamos grosso modo. 

A plateia invariavelemtente é formada pelas pessoas que estão acompanhando a Constelação. 

No acompanhamento da sessão como participante inclui a pessoa enxergar no problema alheia uma solução para os seus problemas próprios.


As pessoas da pleteia podem estar ali na sessão para:

 

para assistir apenas;

para serem escolhidas e axuliar na sessão como representantes da constelação de outro constelado;

para aguardar o momento de serem também consteladas.



Perguntas frequentes:


Os próprios familiares podem ser representantes da constelação?

Normalmente, temos o constelado presente em uma sessão, mas não outros membros de sua família. 

Hellinger ensina que o que oferece mais resultados é o constelado compreender e se engajar numa nova percepção/solução, para que isso de certa forma seja percebido nos relacionamentos depois.

 Ademais, há um outro tipo de exemplo, que acontece em algumas constelações para conciliação no Judiciário (quando feitas com plateias). 

Mesmo as partes do conflito estando presentes, o constelador escolhe outras pessoas para representar o caso. Assim, as pessoas do conflito ficam como plateia, e isso permite as partes olharem “de fora” o problema, gerando insights e empatia.

 Se o constelador tem as próprias pessoas de uma família presentes e coloca todas como representantes nos seus próprios papéis, elas não são mais representantes e sim todos constelados. 

Numa circunstância dessa, há muito risco de as pessoas ali reproduzirem os mesmos paradigmas da própria realidade anterior e obstruir a cura.

 


A percepção do constelado é fundamental para compor a solução?


A percepção do constelado normalmente é o start do processo. Mas a percepção pra valer aparece só no gran finale, no desfecho da Constelação. 

É o instante em que “cair a ficha” do constelado e ele assume uma posição. Por exemplo, adquire uma certeza libertadora que ele precisa mudar um pensamento, um sentimento ou uma ação em relação a outros membros da família.

 Mas isso não é uma regra, pois pode acontecer que o constelado acredite que não houve nenhum insight ou solução ao fim da constelação.

 

Muitas vezes o constelado vai receber uma mensagem da constelação e não vai conseguir compreendê-la naquele momento. No decorrer do tempo, aquilo pode fazer sentido.

 

O constelado,  pode ter duas posturas diante da percepção:

 

fechar-se ou rejeitar a constelação;

acolher algum insight como possibilidade de aplicação, isto é, mesmo sem estar convicto, mas pelo menos sem fechar as portas.

A segunda postura é melhor que a primeira, por isso é uma recomendação que alguns consteladores usam ao final da constelação, quando percebem que o constelado não se sentiu como tendo uma solução.

 

Esses consteladores familiares mais experientes pedem para o constelado levar as ideias da constelação junto com ele, para refletir e sentir no decorrer dos dias. Isso permite o que o constelado mesmo avalie se aqueles insights fazem sentido.

 


Será que a plateia também é parte da solução?

A plateia também pode ser parte da solução. Mas, quanto à plateia, não há como propor nenhuma generalização.

 

Uma constelação pode ser reveladora para um constelado, mas não para toda a plateia. Na plateia, poderemos ter pessoas que estão presentes por mera curiosidade, ou que não sentiram empatia pelo caso abordado…

 

Tudo isso pode ocasionar um fechamento de quem está na plateia.

 

Um sinal de que a plateia se sentiu parte da solução é quando uma constelação é bem realizada e muitas pessoas da plateia passam a se interessar por constelação e querem ser, elas mesmas, consteladas.

 


Conclusão:

Os representantes da Constelação são extremamente necessários em uma sessão de grupo. 

É importante que eles estejam com seus campos de percepção abertos, para entenderem e se colocarem no papel daquele membro da família do constelado. 



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