O MINISTRO DE CAPIVARI
O anjo Gabriel, aos 29 de outubro de 1936, visitou o lar do fotografo Ulisses Amaral Pinto e dona Maria Porrelli. “Um menino lhes foi dado”. Marcada por imigrantes, Capivari acabara de comemorar o seu centenário ao redor das águas caudalosas e transparentes do grande rio. Totalmente acolhedora, cobiçada, bonita, ordeira, progressista e com sonhos incríveis a se revelar, como revelado está nestes últimos 85 anos em que o predestinado Almir pertence à família, à Capivari.
Observava-o quando menino, fosse nas solenidades oficiais na Câmara,
Igreja ou Prefeitura , fosse na rua sempre era um motivo de estimulo encontrar
o dr Almir, que, mesmo celebridade, procurava cumprimentar e demonstrar afeição
pelo andamento da vida das pessoas em geral. Show não é?
Ele sabe tudo sobre direito trabalhista, por isso fez história na
historia do Brasil, contribuindo para mudar o panorama. Como jurisconsulto cidadão,
o dr. Almir Pazzianoto figura com desenvoltura nas principais rodas
intelectuais e políticas das últimas décadas na América Latina, desde que concluiu
a Faculdade de Direito, na PUC-Campinas, em 1960.
Em 1961 iniciou como advogado em Capivari, mas, a convite da Federação
dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo,
transferiu-se para São Paulo. Ai teve início a carreira de advogado nos
Sindicatos e Federações de trabalhadores.
De 1985-1988 foi nosso ministro
do Trabalho nomeado pelo presidente Tancredo Neves e confirmado por José Sarney.
De 1988-2002 foi presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Desde advogar nas
greves do ABC com as primeiras crises da Consolidação das Leis do Trabalho
)CLT) no auge dos embates entre o pensamento da Aliança Renovadora Nacional
(ARENA) alinhado com o Governo Militar e o seu opositor, o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB) até propor linhas de ações de terceirização, colocação
e administração de mão de obra e de trabalho temporário no Estado de São Paulo.
Devidamente mencionado pela enciclopédia virtual Wikipédia, seu bom nome paira
no além mares, condecorado que foi com o Honorary Fellon Of The Industrial
Relations Research Institute concedido pela Universidade de Wisconsin nos
Estados Unidos; Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; Ordem do Congresso
Nacional; Ordem do Mérito das Forças Armadas; Ordem do Mérito de Brasília;
Ordem do Mérito Militar; Ordem do Mérito Aeronáutico; Ordem do Mérito dos
Guararapes; Grande Medalha da Inconfidência; Medalha do Mérito Nacional de
Segurança do Trabalho.
Nosso admirável conterrâneo elegeu-se deputado estadual em São Paulo,
pelo MDB, em 1974 e se reelegeu em 1978 e 1982. Em 1983, escolhido pelo
Governador Franco Montoro, assumiu a direção da Secretaria de Estado das
Relações de Trabalho. No início de 1985, ao organizar o Ministério do governo
recém-redemocratizado, o presidente Tancredo Neves levou Pazzianotto para chefiar o Ministério do Trabalho. Vítima
de grave moléstia, Tancredo Neves não chegou a assumir a Presidência da
República, cargo que passou a ser ocupado pelo vice-presidente José Sarney.
Pazzianotto permaneceu à frente da pasta do Trabalho de 15 de março de 1985 até
o final de setembro de 1988, poucos dias antes da promulgação da Constituição de
1988, quando o presidente Sarney o indicou para ocupar, no Tribunal Superior do
Trabalho, pelo chamado "Quinto Constitucional", cadeira reservada a
advogado de ilibada reputação e notório saber jurídico. Aprovada a indicação
pelo Senado Federal, foi nomeado e assumiu o cargo de Ministro vitalício para
permanecer no Tribunal até março de 2002, quando se aposentou, regressou a São
Paulo e retomou as atividades de advocacia e consultoria. No Tribunal Superior
do Trabalho Almir Pazzianotto Pinto ocupou os cargos de Corregedor Geral,
Vice-Presidente e Presidente, tendo, ainda, presidido o Conselho Superior da
Justiça do Trabalho. Também, sempre ativo e altivo, como, nosso dr. Almir Pazzianotto
fez parte do grupo de ministros de Estado responsáveis pela implantação do
Plano Cruzado, oportunidade em que contribuiu efetivamente para a criação e
implantação do seguro desemprego.
É autor de livros, dezenas de artigos publicados em revistas
especializadas e jornais de grande circulação, pareceres e arrazoados jurídicos.
Casou-se com dona Neide Rosa Caruso Pinto, com quem gerou dois filhos. Seguimos
reinventando caminhos contando o passado para construir o futuro. Dr. Almir nos
enche de orgulho. Sobretudo pelo que ele fez por Capivari, tanto na Capital
quanto em Brasília. Com ele aprendemos que não há caminho, pois o caminho é
caminhar.
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