Um sábio homem do campo


Dá até vergonha só em 2023 escrever sobre este  capivariano que chamava todo mundo de “nosso amigo”. É a primeira vez, mas não será a ultima vez que batuco palavrinhas em honra de  meu amigo de infinita grandeza, Armando Battagim, irmão do velho Arlindo, trabalhador rural depois empresário do agronegócio, que muito contribuiu para o crescimento de Capivari.

Foi um vitorioso ao criar uma família maravilhosa, manteve intacta sua bela reputação, ensinou o amor vivendo de amor e guardou a fé em Cristo como Cristo deseja de todos.

Armando Batagim  teve a benção de encantar a jovem, aos olhos de todos e de Deus, linda, elegante e maravilhosa, Irma Bossolan,  com quem se casou e gerou 6 filhos e 3 filhas, todos muito úteis também à sociedade e, principalmente, à religião e ao agronegócio.  As filhas: Nilza, Neusa, e Raquel. Os filhos: Celso, Carlinhos e Jorge.

Eu o chamava de Armanlindo, brincando com a dupla de irmãos e amigos, também de Armandão. Riamos o tempo todo. Um dia me chamou lá na casa dele na Rodrigues Alves, tinha fartura de comida e refrigerante, mas o motivo era estudarmos juntos a “Parábola do Semeador”, que está registrada nos Evangelhos de Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:5-15, onde também foi dada a explicação clara de Jesus acerca do seu significado.

Membro da comunidade de homens do Cursilho de Cristandade coordenado pelo prof. José Benedito Pinto Antunes, com participação de seus irmãos Arlindo e Alexandre Batagim, Tito Bueno, José Bueno, Orlando Montuan, Henrique Piai, Waldemar Dal Fabro, Padre Teodulo Tabak, as vezes padre Eusébio também ia como muitos outros que a da memória escapam. Foi esse núcleo inicialmente que me abriu caminhos para ir frequentar o seminário em 1976.

Animado e de bom coração, Armando Batagim ficou feliz e me chamou lá na casa dele para ver se eu tinha dom de pregador, querendo que eu explicasse a linda parábola que envolvia o básico da ação do homem do campo.  

Interessante que não falei nada. Armando falou tudo, aconselhando-me a guardar sempre o dom de ser eu mesmo e ele próprio uma semente do amor de Deus. Ali reforcei um velho ensinamento aprendido dentro dos muros do Lar de Jesus, reforçado por dona Romilda Capossili e padre Eusébio como é em toda a Bíblia, ter fé genuína, muito profusa entre pessoas da roça, é para nós,  para mim como para qualquer ser humano, o maior de todos os tesouros, e a única verdadeira resposta nos momentos mais difíceis ou mais alegres da vida.

Lá do céu Armando pode olhar com sua Irma e juntos contam os netos: Sua filha Nilza, viúva de Brunharo e hoje casada com Leonil, gerou com o primeiro marido os filhos Fernando Batagim Brunharo e Juliana Batagim Brunharo;  Neusa e seu genro Elias Sanguineo, tem Elise e Felipe; Raquel, e Rinaldo Renosto, tem Laura e Lucas. O primogênito que gastou a vida na agropecu        ária capivariana, Celso Batagim e sua amada Dirce, têm Vinicius e Vanessa. Armando tem 2 netos adotivos, “meus netos do coração, netos normais como os outros”, ele dizia com naturalidade.

Entrevistei o seu sobrinho querido por parte da mulher, o poeta, escritor, colaborador assíduo do Correio de Capivari, Ronei Bossolan: “Meu amado tio Armando,um ser humano dedicado à sua família...com muito amor em seu coração... exclamou lembrando de como era visto pelo sábio homem da roça que muito sabia e pouco falava. Continua o sobrinho, “ ele revelou que a vida pode ser melhor na simplicidade do dia a dia”.

Não dá vontade de parar de falar do Armando Batagim, eu olho para o céu com cara de chuva e vejo ele tirando o chapéu em forma de gratidão: “sem chuva o povo padece”. Tenho histórias dele para 10 crônicas.

 

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