Uma criança diagnosticada com autismo traz mudanças para a família inteira. Os mais próximos, como pais, avós e irmãos, precisam saber tudo sobre o transtorno e aprender a lidar com ele. É preciso aprender também novas formas de comunicação, afinal, a maneira de um autista interagir com o mundo é única e especial.

Nesse contexto, existem diversas formas para a família aprender a lidar com a situação, e uma delas é através da constelação familiar. Saiba mais sobre autismo e como a ferramenta de constelação pode servir de apoio para a família!



Sobre autismo


A nomenclatura correta é Transtorno do Espectro Autismo, já que hoje sabemos que ele pode se desenvolver por diferentes perturbações no desenvolvimento neurológico. Por isso, você pode ver um adulto autista vivendo bem em sociedade, enquanto outro precisa ainda de cuidados especiais.

Dentro do espectro, encontramos diversas características. Assim, não existe somente o estereótipo da criança com irritabilidade alta, que não consegue interagir na escola e não consegue se inserir socialmente. O que existe são diversos graus e tipos do Transtorno que se manifestam de diferentes formas no indivíduo.



Autismo Clássico



Existem diversos graus de comprometimento, mas vemos algumas características em comum. Os sintomas são clássicos: isolamento, falta de contato visual, dificuldade de comunicação, não entendem metáforas e ironias, não conseguem identificar sentimentos ou transmiti-los.

Autismo de alto desempenho

Antigamente, esse tipo era conhecido como Síndrome de Asperger. Os sintomas são similares aos do autismo clássico, mas com um diferencial: os portadores desse transtorno são muito inteligentes. São inteligentes tão acima da média que muitos são considerados “gênios”.


Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação (DGD-SOE)

Apesar dos portadores estarem dentro do espectro autista, o diagnóstico nesse caso é bem mais complicado. Uma pessoa pode passar a vida toda sem saber que possui o distúrbio, considerando que as suas dificuldades são “normais”, características pessoais.



Mudanças na família


Quando pais percebem que há algo de errado com a criança, buscam ajuda e recebem o diagnóstico de autismo, o susto pode ser impactante.

Vemos no cinema, novelas, conversas por aí, uma visão limitada do que é autismo.

 O transtorno tem diversos graus e manifestações, por isso não adianta tentar colocar uma criança autista numa caixinha. Assim, elas são diferentes uma das outras, e a família é essencial para que ela saiba lidar com o transtorno!

A família precisa abraçar um grande desafio: o de fazer valer o direito de pertencimento de uma criança que está “presa” dentro de seu mundo. Ela precisa fazer valer o direito do portador de autismo de estar dentro de uma família.

Para isso, todo o sistema familiar passa por mudanças que requerem novos conhecimentos.



Treinamento e estudos


A maneira como a família lida com a criança autista impacta diretamente na maneira como ela vai saber lidar com o seu transtorno. Assim sendo, alguns lugares oferecem treinamentos e materiais de estudo para que a família faça um trabalho que psiquiatras e psicólogos não podem fazer: o apoio no dia-a-dia.

O autista tem sua própria maneira de se comunicar. Demonstrações de sentimentos funcionam de maneira diferente para eles, então pais amorosos precisam aprender uma nova forma de amar e ser amado.

Nesse contexto, em alguns casos, o portador de autismo não fala (ou prefere não falar). Então a família toda embarca junta no aprendizado de uma nova linguagem. Afinal, ninguém quer seu familiar preso no mundo dele sem conseguir se comunicar com ninguém. Se ele não chega até a família, porque não chegar até ele?



Paciência


Frustração é um sentimento que pode chegar forte na família de uma criança com autismo. Nesse contexto, os momentos difíceis de lidar, a dificuldade de aproximação, e de se comunicar podem ser desafios gigantescos.

Por isso, a paciência é uma virtude que todos na família devem desenvolver. É preciso respeitar o tempo e ritmo da criança, lembrar que ela está voltada para si e por isso não consegue enxergar quem está a sua volta.



Como a constelação pode ajudar


A família é um sistema que precisa estar funcionando bem para que todos os seus membros também permaneçam bem. Assim sendo, a chegada de um portador de autismo pode, a princípio, abalar a estrutura desse sistema e afetar a todos os envolvidos.

Nesse contexto, a constelação familiar ajuda a família a reencontrar as melhores dinâmicas de relacionamento, desfazer nós e permitir que o amor flua livremente. Se o amor e a energia entre os familiares fluem como devem ser, os benefícios chegam principalmente na criança autista. Ela crescerá sentindo, mesmo que de forma inconsciente, todo amor que sua família dá.

Quando o sistema familiar vai bem, a paciência necessária para lidar com o autismo deixa de ser tão desafiadora assim.

 A frustração dá lugar ao amor e à felicidade por cada progresso da criança e da família!

Reencontrar um modo de se relacionar considerando o membro portador de autismo trará um benefício coletivo. Por isso, a constelação familiar deve ser considerada como uma possibilidade para todos os membros, especialmente aqueles que convivem diariamente com o portador da síndrome.



A família também precisa de apoio


Como foi dito, o sentimento de frustração ao lidar com autismo pode ser muito alto. Passar grande parte da vida com esse sentimento só vai gerar mais problemas, como ansiedade e depressão.

Assim, é preciso deixar esses sentimentos de lado para dar espaço ao que importa na família: o amor. Não existe fórmula mágica para que os membros do sistema familiar se reencontrem. No entanto, a ferramenta da constelação tem papel importante nesse processo.

Buscar ajuda não é constrangimento. É difícil sim lidar com autismo, os sentimentos de frustração não devem ser ignorados. Eles existem, mas podem ser substituídos por algo melhor e mais funcional para todos.

Assim, uma família que tem apoio e sabe lidar com esse turbilhão de emoções em conjunto saberá lidar mais facilmente com o autismo.


A união faz a CURA!


Tentar resolver todos os problemas do mundo sozinho não adianta nada. Da mesma forma, lidar e cuidar de uma criança portadora de autismo sozinho não trará grandes progressos. É um trabalho em conjunto que poder envolver não só a família, mas vizinhos, amigos, escola e médicos.

No entanto, a família tem um papel de peso nesse processo. As mudanças decorrentes do autismo afetam todos, inclusive os membros mais distantes. Porém, se todos estiverem juntos e sem negar o direito de pertencimento da criança, o processo será muito mais fluído.

Cada vez mais, através de sua família, a criança autista aprenderá como se comunicar com o mundo exterior e como entendê-lo. O outro lado também: unida, a família aprenderá cada vez mais a lidar com adversidades, superar problemas e deixar o amor fluir.

Está passando por um caso de autismo na família? Considere a constelação familiar para que juntos possam aprender essa nova dinâmica de relacionamento.

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