"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota" (Jean Paul Sartre)

 Infelizmente, o contato com pessoas agressivas faz parte do nosso cotidiano, o que se vê no trânsito, na rua, no supermercado, no shopping, em casa. No local de trabalho, a violência também acontece, podendo ser bastante prejudicial ao desenvolvimento do profissional e da empresa como um todo.


Quando olhamos os dados alarmantes nas estatísticas sobre a saúde mental, sobre a necessidade de otimizar a comunicação assertiva no ambiente de trabalho... Quando se fala de  respeito e amor no ambiente entre seres humanos, não estamos elocubrando sobre um ente de razão filosófico, dispensável na vida prática, mas de algo essencial no ambiente de trabalho. São essenciais para que possamos viver em paz, felizes e com segurança num lugar que passamos a maior parte de nossa vida útil. Ainda jamais sem reconhecer a importância da harmonia e empatia para o time alcançar metas.

Nesta semana, às avessas, vimos um exemplo gritante disso. Como estaria o rendimento do time na procuradoria da prefeitura de Registro nesse tempo de ameaças e medo?

Além da indignação, impossível de não sentir diante de uma monstruosidade, no que diz respeito ao julgamento propriamente dito, não seria o nosso papel. Há tribunais na terra e no céu para que justiça seja feita. Mas nesta semana vimos uma mulher trabalhadora do Direito apanhando em seu local de trabalho.

Pior, seu local de trabalho é nada menos que um lugar público, a Procuradoria do Município de Registro, no interior do desenvolvido Estado de São Paulo. A dra. Gabriela Samadello Monteiro de Barros é uma conceituada advogada na Subsessão da OAB e sua dor calou forte em todas as pessoas que batalham pelo fim da violência contra a mulher.

A dra. Gabriela foi há pouco tempo nomeada chefe dos procuradores daquela Prefeitura. Isso causou a reação do seu subordinado insubordinado.  

A mudança no comportamento do procurador que agrediu a colega na Prefeitura de Registro gerou medo e ansiedade em funcionários do local semanas antes daquela tragédia moral. O jovem advogado, dr. Demétrius Oliveira de Macedo, de 34 anos, foi preso em Itapecerica da Serra dias após a agressão contra a dra Gabriela, sua procuradora chefe.

O G1 da Região de Santos fez um trabalho exemplar na divulgação da notícia. Quase em tempo real, e isso fez toda a diferença. A sociedade civil comprou o barulho dela ao nível de fazer o acusado retornar ao cárcere e o delegado que ordenou sua soltura rever sua posição a partir de ordem judicial.

O primeiro diálogo sobre o assédio moral que dias depois virou agressão física com lesão corporal, foi iniciado no dia 27  mas durou até 30 de maio.  Thainan Maria Tanaka, funcionária da Prefeitura de Registro e a dra Gabriela, procuradora agredida, trocavam conversas via aplicativo de conversa.

 “Durante o período, as mulheres comentaram sobre episódios de agressividade e até destacaram como 'medida de segurança' nunca estarem na repartição pública apenas na companhia do procurador, relata o G!: O doutor Demétrius acabou de vir aqui, era 17h33, a 'Pri' [funcionária] falou com ele: 'Voltou, doutor?', mas ele nem a respondeu. Foi direto na sua sala e, depois enfiou a cabeça na sala da doutora Kátia. Veio para 'quebrar o pau', estava transtornado!”

 

No primeiro relato sobre o comportamento de Demétrius Oliveira de Macedo, Thainan disse que ela e mais dois colegas ficaram assustados com o procurador. Um deles, chamado "Lucas", teria, inclusive, trancado uma das portas para evitar contato com ele.

 

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