William Shakespeare dizia que “a vida é uma simples sombra que passa (...); é uma história contada por um idiota, cheia de ruído e de furor e que nada significa”. Mas Friedrich Nietzsche nos socorre, dizendo. “Quem só tem o espírito da história não compreendeu a lição da vida e tem sempre de retomá-la. É em ti mesmo que se coloca o enigma da existência: ninguém o pode resolver senão tu”! 


 Quem já parou para pensar em si a partir da própria voz? Já se ouviu de verdade e sabe quem é sonoramente falando? Eu ajudo pessoas a fazerem isso na vida, e elas lucram muito se dando esse luxo. Posso contar como cheguei até aqui? 



               ENFIM A SÓS


Você pode, mas nunca deve escrever um texto pessoal no nível que desinteresse aos outros, nem tão impessoal que transpareça matéria fria, sem emoção e apessoada. Dei aulas para mais de 20 mil alunos, estudo em universidades desde 1978 e a cada tempo me formo em algo com uma turma diferente. Até pós latu sensu EAD já tenho no currículo em plena pandemia. Sou membro de duas academias, participei de várias entidades e sindicalizado. Impossível que essa história interesse apenas para mim, Senhor.

 

 

                              OFICINA DA VOZ

Encontrei na pasta de documentos o certificado do primeiro Curso de Comunicação que dei na vida fora dos limites da Igreja Católica. Foi em 1996 na Pinacoteca Municipal "Miguel Dutra" de Piracicaba, que tinha competente curadoria da dra Cláudia Woltzenlogel Pauléo.  Eterna gratidão à Secretaria Municipal de Cultura, tempos do secretário Dr Carlos Roberto Hoppe Fortinguerra e do prefeito Mendes Thame. A concepção gráfica foi reproduzida do cartaz criado pelo engenhoso Crivelari,  sócio do Djalma de Lima e meu numa agência de publicidade em Piracicaba, SP.

O nome do evento de uma semana aberta gratuitamente  à população recebia o pomposo nome de OFICINA DA VOZ.

Na ocasião eu estava já muito bem preparado e em condições de contribuir, de distinguir o que era assunto para uma simples oficina em grupo, e o que seria digno de encaminhamento para a terapia da voz na Fonoaudilogia, ou até à medicina Otorrinolaringologista, Foniatria, Clinico Geral, que, em caso de anomalia, seria infinitamente melhor. Sabia pouco,  mas sabia o bastante.  

Até então tudo que eu sabia sobre voz  e fala era o que tinha aprendido com profissionais do rádio e da tv, com pessoas dedicadas ao assunto que haviam cruzado meu caminho, nos corais dos seminários por onde passei principalmente nos Sagrados Corações onde tocava violão nas missas e cheguei a treinar como órfeão diante do velho órgão de madeira que dependia do movimento dos pés para produzir som e fui submetido aos ouvidos de padres holandeses muito exigentes e afinados, o que até hoje nem sei se me reprovaram ou aprovaram. Verdade é que nunca saia do meio. Cantei nuns festivais universitários de música e cheguei a me dar bem. No Seminário Bom Jesus, em Aparecida do Norte, o maestro era muito chegado ao cancioneiro popular do Brasil. No dia 5 de julho de 1980, durante o almoço com o Papa João Paulo 2, figurei entre os que cantaram para Sua Santidade, durante o almoço após a missa do coral de mil vozes na Basílica Nacional. Este coral do almoço tinha pouco mais de 20 componentes, todos seminaristas e nós cantamos “asa branca”, “mulher rendeira”. E dali mandei todo meu amor ao cardeal Karol Woytilla, por quem torci em orações para que se tornasse Papa.

De forma que essa carreira de lidar com a voz me trouxe a mais feliz memória. Passei desde menino por estações de rádio e se não há coisa escondida nesse meio é o traquejo de se usar corretamente a voz. Em qualquer recôndito do mundo, onde tem alguém que se ocupa da locução você percebe a inflexão, o tom, a voz, o ritmo, o vocabulário, os trejeitos com o corpo, tudo enfim, meio semelhante ao que possivelmente já tenha visto ou ouvido em algum lugar.

Em 1988 a jornalista Jaciara Moreira, primogênita do Cid Moreira com dona Odimeia Danelli, me observou falando numa FM em Taubaté  e sentiu uma voz escondida numa persondalidade tíbia. E me aconselhou tratamento fonoaudiológico. Tempos depois me acompanhou até o consultório da fono Rose Gonçalvez, que realmente me trouxe não só um novo desempenho ao falar mas uma nova personalidade ao viver.

Maravilhosa, grande profissional e quase irmã da Jaciara, abriu espaço para que eu conhecesse bem todo o programa usual nas grandes redes de tv e rádio, principalmente no sistema globo.

Anotei tudo, pesquisei mais. Tive a sorte de conhecer o foniatra Pedro Bloch, e seus livros na Ediouro. Desatei a fazer cursos de oratória, oficinas de voz e a participar de movimentos teatrais. Na Igreja Católico me ocupei disso enquanto fui padre, enfocando na liturgia, no canto sacro, na forma do sermão e no conhecimento bíblico.

Nesse tempo todo passei anotando o passo a passo do meu caminho. E avaliei, na década de 90, que poderia ajudar pessoas com as mesmas dificuldades que eu tinha no desempenho pessoal e profissional para me comunicar.  


                    CANAL DA ESCOLA DO SUCESSO

Foi assim que em 1996 cheguei ao livro “SOLTE A VOZ COMO os PROFISSIONAIS”, que apresento na íntegra, atualizado, revisto e com comentários nas primeiras lives do canal da Escola do Sucesso, no Youtube. Adoraria receber você por lá.  

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